terça-feira, 18 de março de 2014

A Influência das Redes Sociais na Obesidade

Não é segredo para ninguém que atualmente, as diversas redes sociais existentes, influenciam constantemente o nosso cotidiano. Como interagimos, como lidamos com os acontecimentos do nosso dia a dia, como nos influência e consequentemente somos influenciados.

Com o advento da world wide web, grandes quantidades de dados nas redes sociais, tornaram-se disponíveis, o que permite uma análise quantitativa da distribuição de informação sobre aqueles que delas fazem parte, incluindo traços de comportamento e modismos.

Alguns estudos de correlação entre membros de redes sociais, têm demonstrado que estas pessoas não só têm influência perante os seus amigos diretos como também os amigos dos amigos, até uma distância de rede para além dos seus contatos mais diretos.

Um desses estudos, que têm vindo a sugerir que a influência de cada ser sobre os seus pares, na verdade seria mais extensa do que se poderia imaginar pode ser visualizado aqui ( em parte ).
Quero vos mostrar um estudo realizado por dois cientistas norte-americanos, James Fowler e Nicholas Christakis, que com base num estudo sobre saúde cardiovascular realizado ao longo de décadas com a população de Framingham no Massachusetts, concluíram que de facto existia entre os participantes, " três graus de influência " e estavam a falar de assuntos tão dispares como a solidão, a felicidade, o consumo de álcool, a obesidade.
Deixo-vos aqui uma entrevista  dada por James Fowler a um jornal científico, sobre o estudo realizado em Framingham.

No caso da obesidade, o autor afirma que essa mesma influência negativa, claro, pode vir da parte de familiares, vizinhos, colegas de trabalho, ou seja, não só o facto de se ter um  amigo nas redes sociais  obeso, fazia aumentar o seu próprio risco de obesidade, como também um amigo, do amigo do amigo, ( três graus de influência ).

Baseando-se em estudos como este uma equipa de investigadores portugueses, realizou também  um estudo, recentemente publicado na revista PHYSICAL REVIEW LETTERS, simulando modelos matemáticos através de computador ,mostrando  que na verdade o nosso raio de influência social efetivamente alarga-se até aos amigos dos amigos dos nossos amigos.
 Comprovaram também a existência de uma influência social à distância, com poder sobre a forma de pensar de um número muito maior de indivíduos, quer os conheçamos ou não.
Os investigadores, simularam 3 mecanismos diferentes de propagação de informação, através de propagação de doenças, de escolhas eleitorais ou de boatos e o da cooperação entre pares.
Por outro lado foram também estudadas 4 classes de redes sociais diferentes que conduzem a dinâmicas diferentes quando servem de suporte aos mecanismos de propagação de informação utilizados. Ou seja, criou-se, teoricamente, as condições mais propícias a testar a generalidade ou talvez não, da regra dos " três graus de influência". No final correram durante largos períodos de tempo todas as simulações computacionais procedendo em seguida à análise dos vários gigabytes de dados.
Chegaram à conclusão, de que independentemente da forma ou processo utilizado para a propagação de informação, e da estrutura da rede social, o tal grau de influência individual situava-se à volta dos 3, o que em relação à questão da obesidade significava que a obesidade, ou ,melhor, a falta de cuidados alimentares e consequente aumento de peso, aparecia como algo passível de ser "transmitido" , claro que quanto mais distância social existia, menor era a intensidade do risco.


Na minha opinião o artigo, até pode ter as suas limitações, pode sim senhor, mas julgo que o mais importante a retirar, seja mesmo o facto de o ser humano ser tão influenciável e crédulo. Principalmente quando se trata de assuntos partilhados nas redes sociais como por exemplo o facebook .
Tornou-se fácil contagiar terceiros mesmo não sabendo quem são, com opiniões, gostos, ideais, etc.
Espero também que com base nestes estudos, reflitam um pouco mais, não, se deverão ou não aceitar como "amigo" alguém com peso elevado, mas sim sobre o que será a melhor opção alimentar tendo em vista a vossa saúde.
O livre arbítrio é um direito de todos, mas por favor, usem-no da melhor forma possível.

PS: O artigo do estudo português não está acessível de forma gratuita, para aqueles interessados, posso prontamente facultar.

Bem Haja a todos



















1 comentário:

  1. Olá Álvaro!
    Que a obesidade ou o excesso de peso são provocados por múltiplos fatores já tinha ouvido falar, claro, inclusivé a evolução tecnológica que deixa muita coisa à distância de um clique, contribuindo para o sedentarismo, mas este ponto de vista das redes sociais é muito à frente!

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